quinta-feira, 6 de março de 2014

O começo de uma mãe coruja...

Desde de 2009 eu tenho um blog: o "Usando a Cachola", lá mostro um pouco do que tenho feito de artes, todo o tipo, mas de uns anos pra cá dei uma abandona, uma desencantada...não que eu tenha deixado de criar, mas deixei o mundo das artes mais voltado a família, a alguns favores e futuramente vou criar para ele/ela, a quem dedico o nascimento desse blog.

Sabe quem é ele? ou ela? O fruto do amor entre duas pessoas que se curtem ha mais de 10 anos, o maior sonho de uma menininha, o milagre da vida, o "estado febril" que me fez perder noites de sono por não te-lo. A maior obra de arte que eu poderia ter feito na vida: meu filho!

Eu poderia começar o blog contando o quanto foi difícil fazer esse bebê, cheguei a imaginar um problema nas trompas, uma dificuldade de ter filhos, uma doença, um sei lá o que que me impediria de realizar esse sonho. Entrei em um grupo de tentantes empoderadas no facebook, catava todas as informações mais preciosas para realmente me empoderar, eu tinha dentro de mim que demoraria um longo tempo pra ficar grávida.

Após 5 meses de casada, em intenso "estado febril" de querer ter um filho mais do que tudo nessa vida, decidi ou melhor decidimos que iríamos começar as tentativas, tentativas que eu jurava que demorariam pelo menos um ano e foi assim que em dezembro abri as "portas da esperança" e um dia após o natal descobri que estava esperando o maior milagre da minha vida, eu estava grávida. Foi fácil assim? Foi, e eu até penso que não merecia tanto, Deus foi muito generoso e eu dedico tudo a Ele, pois incomodei o Papai do Céu diversas vezes...

Eu sempre quis ter filho, não lembro bem quando começou, mas eu tinha/tenho um ímã com a maternidade, me encanta...simplesmente tudo, quero o pacote completo: as dores do parto, as noites mal dormidas, a amamentação, as cólicas, os dilemas, as dúvidas, os anseios... Eu freava a vontade, sempre pensando...agora não dá, não tenho marido, agora não dá, não tenho diploma, agora não tenho casa, não tenho carro, não tenho espaço, agora não dá porque acabei de casar e catapluft: No ano de 2013 eu casei, compramos casa, carro, já estava formada, trabalhando, passei em um concurso público e liberei o arranque, quer saber? não vou pensar, já solidifiquei todos os pré requisitos, casei com uma marido que quer perpetuar a espécie junto comigo, decidi desligar o penso e fiz essa bizarra "inconsequência".

Antes disso eu ouvi muita opinião alheia, poucas as pessoas me davam força pra ter filho, quase todos usam argumentos do tipo: tu vai viver cansada, filho muda tudo, não faz isso tu é recém casada, nunca mais vai ser a mesma coisa e blá, blá wiskas sachê. Eu sei disso, eu já me empodero sobre gestação desde que comecei a brincar de boneca e observava bebês dormindo... era o meu maior hobby. Vivo a glória da maternidade com todo potencial, já lia nos blogs sobre amamentação, papos sobre xixi e coco, parto humanizado, adoro entrar em uma loja de bebê e imaginar aquilo tudo cheio de carne...eu nasci pra ser mãe, tenho certeza! Mas aí a nata diz assim: mas tu lê, mas não sabe que a prática é outra. Então, eu digo assim: eu quero TUDO e até me arrepender da merdinha que eu fiz.

Uns dias antes de descobrir que estava grávida escrevi uma cartinha para meu projeto de gente, eu juro pra vocês que por mais que eu desejasse mais que tudo na vida, não imaginava que dentro de mim já tinha um amontoado de células.

"Onde você está? No meu pensamento você já habita há tanto tempo,
nos meus sonhos então, nem se fala.
Só queria a paz de saber que já mora além do meu coração.
Não quero mais você como uma ideia, pois tu és meu plano real e mora no meu imaginário há décadas.

Vem, meu bem, o natal está se aproximando e você é nosso maior presente."

E na vésperas do ano novo, olha quem tava aqui no forninho...

E assim, começo os meus devaneios, sempre buscando mais empoderamento, mais soluções para mulheres que gostariam de ter filhos, mais buscas de conhecimento, de respeito, de poder.